10 fevereiro 2013

*A escrita não ressuscita. Ela enterra*

Como estou em uma fase de ler muito e escrever pouco (na verdade eu nunca escrevi muito, só penso demais, e as vezes consigo organizar as idéias em um texto, mas na maioria das vezes não) resolvi falar um pouco dos muitos livros que leio, além de resenha terá trechos que achei interessante, etc. Na verdade sempre quis fazer algo assim para ter para eu mesma uma lembrança dos livros lidos, gosto de ter anotado e organizado porque geralmente me atrapalho depois em conseguir lembrar de alguns livros, e acabo esquecendo aquele sentimento que tive ao ler aquele livro em especial, então escrever aqui será a melhor maneira de manter isso comigo. 

Vou começar com um livro que me marcou bastante, acabei de ler ontem e foi, sem dúvidas, um dos melhores livros que já li, segue as informações:


Título: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 288
Nota (de 1 à 5): 5
Lido como ebook.

Sinopse: A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas. Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.



Para ser sincera eu não apostava muito nesse livro, sei que seria bom pela quantidade de críticas positivas que li, mas pela sinopse pensei se tratar de um romance adolescente demais e que não me agradaria, já que não curto muito romances fofos e muito drama sem nexo,. Me enganei feio! E eu adorei ter me enganado, na verdade esse é a melhor coisa de se ler um livro, é aquele sentimento de 'poxa, eu estava errada' e 'merda, to viciada nesse livro', esse tipo de coisa. 

No caso desse livro, comecei amando desde a primeira página. Adoro livros narrados em primeira pessoa, e gosto ainda mais quando o personagem principal, quem conta a história, é fiel à seus próprios sentimentos, falando palavrão e admitindo seus pensamentos mais profundos ou que seriam errados, e esse é o caso da personagem que conta a história, a Hazel Grace. Ela tem uma vida de merda na verdade, tem câncer e tem plena consciência que irá morrer logo, ela não fantasia isso, e muitas vezes admite a vontade de morrer e desaparecer logo, é sincera consigo mesma e consegue fazer piadas e ironia da própria vida, e essa ironia é o diferencial nessa história, existe partes muito engraçadas, partes que você vai morrer de vergonha também, enfim, não é só tristeza, na verdade ela só aparece mais no final, mas então vem tão forte que é melhor você estar preparado.

O outro personagem, que faz par com a Hazel, é o Augustus (Gus), é outro muito parecido com a própria Hazel e também doente, engraçado e irônico. É um daqueles personagens que acabamos desejando que se torne real, porque a maneira retratada dele nos faz quase sentir como se realmente fosse. Queria falar mais mas não quero estragar e contar demais.
Tem imagens muito legais na internet feita por fãs, a que eu mais gostei e ficou perto da imagem que eu mesma fiz dos personagens, foi essa:


O que eu mais gostei do livro? A sinceridade do personagem, a maneira em que o autor do livro conseguiu misturar tantos sentimentos em apenas uma história, é alegria e tristeza genuína, não é forçado, e a ironia torna tudo muito melhor pois a visão do câncer e da história de amor foi narrada de maneira diferente por causa desse diferencial. A 'mocinha' não é uma coitadinha 'água com açúcar'  ela é quase real, com defeitos e qualidades. Também adorei o final, mesmo muitos dizendo que deveria ter uma continuação, eu acho que não, o livro é fiel a sua história, não fantasia milagres ou finais felizes, é simplesmente real, não sei descrever melhor que isso. Na verdade, o final é a melhor parte se tratando de emoções, chorei muito e quando acontece isso é porque o livro conseguiu me tirar da minha realidade e me fez sentir cada linha, cada palavra, e na minha opinião de leitora, é esse o objetivo de todos os livros.

Alguns dos melhores trechos do livro:

Não dá para escolher se você vai ou não se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo.

Contei ao Augustus a versão resumida do meu milagre: diagnosticada com câncer de tireoide em estágio IV aos treze anos. (Não contei que o diagnóstico veio três meses depois da minha menstruação. Tipo: Parabéns! Você já é uma mulher. Agora morra.).

Nada é fácil nisso tudo para nenhum de nós, mas é preciso levar a vida com algum humor.

O verdadeiro amor, nasce em tempos difíceis.

“Alguns infinitos são maiores que outros.”

Aparentemente, o mundo não é uma fábrica de realização de desejos.

Queria não ser uma granada, não ser uma força malévola nas vidas das pessoas que amava.

Sem dor, como poderíamos reconhecer o prazer? A existência do brócolis não afeta em nada o gosto do chocolate.


Ele não era perfeito nem nada. Ele não era um príncipe encantado de conto de fadas, e tal. Tentava ser assim às vezes, mas eu gostava mais dele quando essas coisas desapareciam.

Você está tão ocupada sendo você mesma que não faz ideia de quão absolutamente sem igual você é.

-Sinto muito — falei de novo.
-Eu também — ele disse.

-Não quero nunca fazer uma coisa dessas com você — falei para ele.

-Ah, eu não ia me importar, Hazel Grace. Seria uma honra ter o coração partido por você.

E se a vida for feita de momentos? E se nós não agarramos o momento? E se outro momento nunca vier?

Parecia que tinha sido, tipo, há uma eternidade, como se tivéssemos vivido uma breve, mas infinita, eternidade.



Às vezes, um livro enche você de um estranho fervor religioso, e você se convence de que esse mundo despedaçado só vai se tornar inteiro de novo a menos que, e até que, todos os seres humanos o leiam. E aí tem livros como Uma Aflição Imperial, do qual você não consegue falar - livros tão especias e raros e seus que fazer propaganda da sua adoração por eles parece traição.

[…] a ambição voraz dos seres humanos nunca é saciada quando os sonhos são realizados, porque há sempre a sensação de que tudo poderia ter sido feito melhor e ser feito outra vez.

Vai chegar um dia em que não vai sobrar nenhum ser humano sequer para lembrar que alguém já existiu ou que nossa espécie fez qualquer coisa nesse mundo. […] Tudo o que fizemos, construímos, escrevemos pensamos e descobrimos vai ser esquecido e tudo isso aqui vai ter sido inútil. Pode ser que esse dia chegue logo e pode ser que demore milhões de anos, mas, mesmo que o mundo sobreviva a uma explosão do Sol, não vamos viver para sempre.

Meus pensamentos são estrelas que não são capazes de penetrar nas constelações.



[...] e nunca Shakespeare esteve tão equivocado como quando fez Cássio declarar: “A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas / Mas de nós mesmos.” Fácil falar quando se é um nobre romano (ou Shakespeare!), mas não há qualquer escassez de culpa em meio às nossas estrelas.

*Título da postagem também foi retirado do livro.

E tem tantos outros trechos que eu gostei que seria impossível escrever todos sem escrever a história toda. Minha opinião: Não leu o livro? Leia! Não é um romance bobo ou adolescente demais, na verdade não sei descrever melhor essa história que incrível, engraçada, romântica e brutal.

Vou sentir saudades dos personagens. 

Um comentário:

  1. Uauu, adorei seu comentário sobre o livro!! Comprei ele em ebook faz algum tempo e não me encoraja de ler, pelo mesmo motivo q vc achou q não gostaria dele na começo srsrrsrsrsrs
    Com certeza essa noite começo a ler!!
    Parece o tipo de livro pelo qual vou me apaixonar!! :D

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