10 março 2011

Um livro que marcou a minha infância

      
     Desde que me lembro sempre senti um certo encantamento pelas letras e pelos livros, antes de saber ler eu ficava olhando os meus livrinhos infantis com suas letras gigantescas e tentava imaginar que tipo de código era esse e o que queria dizer, achava impossível alguém entender aqueles desenhos minúsculos que diziam formar uma palavra, jurei pra mim, não lembro exatamente quando, que se um dia eu aprendesse seus significados eu leria o mundo!
       Com seis anos aprendi a ler, estava na primeira série e adorava todo aquele processo que me levava a saber o que eram letras, sempre fazia todos os deveres de casa e lia tudo que pudesse, comecei tentando ler o que estava escrito nas propagandas até que conseguia ler tudo de uma maneira tão rápida que até a professora se surpreendeu. Dos oito em diante eu já lia livros mais complexos, desses que eram só letras e que colega nenhum meu se aventurava para ler, sempre com mais de 100 páginas. Meu primeiro escritor favorito foi José Mauro de Vasconcelos, era literatura juvenil mas eu amava aqueles livros! O primeiro livro que li dele foi um que a minha mãe tinha desde pequena, o livro não estava em bom estado, as folhas eram soltas e as páginas amareladas mas acho que foi isso que me chamou atenção, o tempo que o livro transmitia, eu pensava em minha mãe lendo há anos atrás e ficava toda feliz. Desde então meus pedidos de aniversário eram...livros! Desse autor é claro. O meu favorito, que li aos meus nove anos e me acompanhou durante toda a minha infância foi Meu pé de laranja lima, ganhei de aniversário e li o livro tão rápido que quando acabei chorei porque não encontraria mais o personagem, eu o personificava e o tornava real de tal forma que realmente acreditava que estava ali comigo. 
     Quando eu tinha uns 11 anos eu emprestei o meu pequeno tesouro, o meu livro amado, pra uma amiga, que jamais devolveu, desde então não pude mais relê-lo e lembro poucas partes da história. Eu lembro mais do sentimento que eu sentia quando o lia, como era bom! A história é impregnada de uma ternura singular assim como momentos muito tristes, irônicos e até cômicos. Meu pé de laranja lima marcou minha infância, eu li diversos livros nessa época mas era esse livro que eu vivia grudada. Quem não leu eu aconselho a ler, não é uma história pobre e infantil, ela é rica em sentimentos e muito emocionante e de fácil entendimento. Mais sobre o livro e alguns trechos desta magnífica história:


     Livro: Meu Pé de Laranja Lima
     Autor: José Mauro de Vasconcelos

     
     Descrição: Na obra juvenil mais conhecida de José Mauro, a pobreza, a solidão e o desajuste social vistos pelos olhos ingênuos de uma criança de seis anos. Nascido em uma família pobre e numerosa, Zezé é um menino especial, que envolve o leitor ao revelar seus sonhos e desejos, por meio de conversas com o seu pé de laranja lima, encontrando na fantasia a alegria de viver.


    "Eu olhei assustado e olhei a arvorezinha.

     Era estranho porque sempre eu conversava com tudo,

mas pensava que era o meu passarinho de
dentro que se encarregava de arranjar fala.
    -Mas você fala mesmo?
    -Não está me ouvindo?
   E deu uma risada baixinha. Quase sai aos berros pelo quintal. Mas a curiosidade me prendeu ali.
   -Por onde você fala?
  -Árvore fala por todo canto. Pelas folhas, pelos galhos, pelas raízes. Quer ver? Encoste seu ouvido aqui no meu tronco que você escuta meu coração bater.
  Fiquei meio indeciso, mas vendo o seu tamanho, perdi o medo. Encostei o ouvido e uma coisa longe fazia tique...tique...
   -Viu?
  -Me diga uma coisa. Todo mundo sabe que você fala?
  -Não, só você."


  “...porque a vida sem ternura não é lá grande coisa. Às vezes sou feliz na minha ternura, às vezes me engano, o que é mais comum.”


Um comentário:

  1. ADOREIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII...ESSE LIVRO TAMBÉM ME MARCOU MUITO ELE FOI-ME OFERECIDO TINHA EU 14 ANOS ,HOJE TENHO 50 FAÇA AS CONTAS MINHA QUERIDA...EHEHEHEEH
    E AINDA O TENHO E DE LONGE A LONGE O RELEIO...BEIJINHOS MEU ANJO
    LIDIA MATOS

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