15 dezembro 2013

Concerto, Conserto e Demônios

O que ando fazendo? Conserto. Concerto. Uma sinfonia enquanto tento restaurar meus pedaços. Meu pequeno show para platéia alguma, embora as vezes eu possa jurar ouvir os aplausos. Costuro e me refaço, me desfazendo mais de vez em quando. 
Sei que sou um quebra cabeças com peças que faltam, que jamais encontrarei, mas preciso me acabar, me inventar, reinventar. Estou tentando as pazes comigo, com meu corpo, minhas ideias. Passei tanta tempo perto do precipício e flertando com a queda que minhas asas adormeceram, mas hoje sei que as possuo. A visão do despenhadeiro ainda brilha no fundo dos meus olhos, mas consigo olhar as nuvens agora, e além. Contemplei a ideia de um mergulho vívido que esqueci da ideia de voar. Então agora conserto essa ideia com linhas de algodão e passos lentos. O Demônio da Perversidade de Edgar Allan Poe é real, e ainda me tenta, mas ao contrário do que sempre fiz, não o contemplo extasiada, mas o convido para o meu concerto, minha dança e o esculpo em minhas asas adormecidas enquanto o tempo passa. 
Ainda sou uma criança impertinente e assustada. Mas que um dia irá voar além da metáfora.

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