01 outubro 2012

Adeus Setembro

O mês de setembro se foi, escorreu, partiu, acabou, e junto com ele todas as coisas que eu poderia ter vivido nesse mês e não vivi. Mas não foi só setembro que se foi, janeiros, fevereiros, marços, e os outros meses também, e outros anos, e outros tempos. Só agora começo perceber que anos já se passaram e nada mudou. Sequer notei o tempo, para ser mais precisa, é como eu disse, o tempo sempre funcionou de maneira diferente para mim, o que para mim era ontem, para você já era a meses atrás  e o que eu nem sequer lembrava, era ontem.

Eu sei, pareço maluca, e sou, eu vivo trancada em meu mundo quase o tempo inteiro, e dentro desse mundo eu sou a rainha, a dona, eu quem crio as leis, e os personagens, e as histórias, mesmo que a maioria das minhas personagens e terceiras pessoas sempre acabam morrendo no final, sim eu as mato, e gosto disso, elas nunca sobrevivem mesmo, tão fracas quanto quem as criou. E em cada morte eu sinto desespero, e depois um vazio, tão grande que nunca é preenchido, e nunca será. Eu crio meus buracos, liberto meus monstros, alimento meus medos, eu, sempre eu, vilã de mim.

Eu só queria te escrever para você lembrar de mim, eu ainda estou aqui, mesmo contrariando certas perspectivas, eu ainda vivo, mesmo que em outro mundo. Não sei quando vou acordar, mas um dia isso vai acontecer, só temo que seja tarde demais e que essa angústia não me permita recomeçar, como deve ser, por enquanto só a sinto em momentos de lucidez, raros por assim dizer.

Agora se me permite, irei voltar ao meu reino, aonde músicas de Legião Urbana tocam ao fundo, e estou me preparando para um novo dia, novas aventuras, longe de você.

Com carinho, 
Bridge.


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