16 abril 2011

Fragmentos de uma mente insana

   A imagem refletida no espelho sempre foi sua pior inimiga. Heloísa travava batalhas sangrentas dentro de si, e sempre morria, perdia e definhava. Desejava os extremos por viver sempre coisas mornas, ela queria queimar como a fênix, que embora digam que esse pássaro seja lúcifer escondido, ela acredita que é o renascimento interno, a esperança morta querendo viver das cinzas dos sonhos destruídos. Desejava silenciosamente que o mundo ardesse em seus pecados e explodisse na sua luxúria, as pessoas não prestam, seus pecados fedem de longe. Como viver do bem em um lugar que se alimenta do mal? Suas loucuras corroíam suas entranhas e apareciam disfarçadamente na íris dos seus olhos quando olhava no espelho. Apesar da dor ao se olhar precisava do reflexo para sentir que estava viva, que não tinha apodrecido na noite ou desaparecido em pensamentos. 
    Tinha sadomasoquismo nas veias e se auto punia constantemente quando ninguém o fazia. Não falo de mutilação externa, falo de mutilação interna e de cicatrizes invisíveis. 
   "Queime na minha loucura ou nunca chegue perto de mim novamente. Estou cansada de metades, eu quero o inteiro. Eu quero o extremo." Sussurrava sua mente, mas de seus lábios não saíam uma unica sílaba. Suas palavras não foram para serem ditas. Pena que percebera tarde demais.  

    Suas palavras tinham vida própria e nenhuma censura. 


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