17 março 2011

Fragmentado coração

    
    O amor se perde, escorre, fica doente e aos poucos vai sumindo, quase que de maneira imperceptível. Ninguém é o culpado nem a vítima, quem ama sabe dos riscos e os assume desde o primeiro beijo ardente, bem se sabe que tal sentimento pode durar dias, meses, anos ou até mesmo horas, isso não significa que o amor não dura para sempre, ele dura para sempre durante aquele momento, apenas. Já dizia Eça de Queiróz, ” (…) É que o amor é essencialmente perecível, e na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. (…) Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir?”. Engana-se quem espera o amor perfeito ou o príncipe encantado, a pessoa amada sempre te ferirás porque quando se ama se importa e se cria erroneamente expectativas que se consomem quando percebemos que conviver com outra pessoa nunca é fácil. É preciso aceitar a si mesmo e se concertar antes de começar (ou continuar) um grande relacionamento, nossos erros são espelhos refletidos que nos atingem como flechas.O essencial se torna descartável até que se esquece de como estar presente foi importante um dia.
   Que o amor possa morrer e possa renascer das cinzas querido, seremos como fênix no amanhecer ou morreremos como humanos tentando acertar. O amor precisa morrer as vezes, nós também.

"Leio-me nas tuas linhas, masturbo todas as palavras. Pintadas de tantas cores, decoradas como flores. Nestes olhos que lavras, neste amor que me tinhas."

Eugênio de Andrade

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